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Plácido Mendes, Estudante
Plácido Mendes
Comentário · há 4 anos
Olá, caro colega. Só uma pequena observação quanto ao ítem "Tipo de Estado: em uma democracia, por óbvio, o tipo de Estado é democrático, enquanto em uma ditadura o Estado é autoritário e totalitário."

Ditadura e totalitarismo, apesar de semelhantes, não são a mesma coisa: enquanto numa ditadura nota-se o autoritarismo e seus acessórios, num regime totalitário há tudo isso e ainda a cultura do terror, uma vez que o Estado se faz presente não apenas no espaço físico, mas também no psicológico das pessoas, fazendo com que seja difundida uma paranoia generalizada suficiente para que amigos tenham medo de expor suas ideias para os outros, ou mesmo parentes e cônjuges. O único lugar a salvo é a própria mente, desde que silenciosa, já que qualquer um pode ser um espião a serviço do ditador.

Enquanto numa simples ditadura, os inimigos do Regime são os revolucionários ou os que conspiram contra ele, no totalitarismo, qualquer um pode ser eleito tal inimigo, bastando ser portador de alguma característica étnica, física, etc, ou, ainda, conspirar contra, demonstrar repúdio, como aconteceu com os judeus na Alemanha nazista ou os que não se curvavam até o último nível ao partido comunista na URSS Stalinista.

Em resumo, um regime totalitário é ditatorial, mas um regime ditatorial não é, em regra, totalitário. O totalitarismo, pode-se dizer, é uma ditadura FULL POWER. No Brasil, por exemplo, nunca houve totalitarismo, e sim ditaduras. O maior exemplo disso é que há pessoas que conviveram harmonia com o regime militar, sem quaisquer problemas, e até guardam nostalgia pelo período. Isso porque o Regime perseguia apenas os que discordavam ATIVAMENTE dele, não interessando amedrontar o cidadão comum sem motivo.

Daí o grande equívoco dos partidos de esquerda brasileiros atuais em rotular como "nazismo" qualquer frente de oposição: "nazismo" (leia-se um dos exemplos de totalitarismo, o auge da opressão), se existisse no Brasil, não permitiria a livre-expressão generalizada e potencializada pelas redes sociais como acontece aqui. "nazismo" é uma palavra extremamente pesada e profunda para se usar de forma tão banal como é feito hoje.

A filósofa e professora alemã Hannah Arendt é um dos principais nomes no estudo do totalitarismo, tendo publicado diversos livros sobre o tema. Inclusive, recomendo assistir ao filme, que leva seu nome, seguido pelo "Operação Final", disponível na Netflix, que o complementa muito bem. Recomendo, dos livros, "Origens do Totalitarismo", "A condição humana" e "Eichmann em Jerusalém" (que é retratado no primeiro filme citado).

Grande abraço.
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